Hoje acordei com um estado de espírito um certo…diferente. Admito que me sinto um bocado espantada por hoje ainda nada me ter corrido mal! Está tudo a correr como há muito já não corria. Acho que tudo me voltou às mãos. Derivadas coisas. Coisas essas, que guardarei para mim, apenas para mim. Pois neste momento me sinto a única capaz de guardar certos segredos. E não os revelo a mais ninguém, não por não confiar em quem me rodeia verdadeiramente. Mas sim porque…certos pormenores têm de se criar connosco, viver connosco, e morrer connosco. Segredos são segredos, e segredos não se revelam a ninguém. Acordei feliz. Quer dizer…primeiro acordei com saudades de algo que me preenche cada vez mais, todos os dias da minha vida. E acordei aborrecida também. Com a ideia no pensamento de que o dia me iria correr mal, por algum motivo. Tinha na mente um certo esquema, já bem planeado. E estava assim tão bem planeado, porque foi esse mesmo que ontem à noite me tirou o sono e me obrigou a adormecer às quatro da manhã. Outra coisa que tem muito que se lhe diga. Eu queria dormir, a sério que queria! E muitas vezes o tentei fazer. Liguei a televisão e desliguei montes e montes de vezes. Penso que tenham sido…quarto vezes para ligar, e outras quatro para desligar. Já me sentia com náuseas de tanto movimento. E dizia: ‘Decidi-te. Ou deitas-te e decides dormir de vez, ou sentas-te na cama e vez o filme em paz e com atenção.’ Por muito que dissesse isso a mim mesma, a minha vontade era não parar e pronto. E por momentos, num dos instantes em que decidi desligar a televisão, e tentar dormir, fechei os olhos, e vieram-me à cabeça milhões de coisas. Que se acumularam e se juntaram de uma forma inacreditável! E quando dei por mim…estava a chorar. A minha primeira reacção foi dizer: ‘O que estás a fazer?’ Decidi voltar a ligar a televisão, e assim o fiz. Limpei as lágrimas, acendi a luz, peguei no comando, e lá voltei a ligar a televisão e tentar voltar a conseguir compreender o filme que estava a ver desde o princípio, mas esse mesmo a que entretanto perdi o rumo. Consegui acompanhar a sua história, e por fim acabei por ficar a ver o filme até que ele acabasse. Depois disso, decidi mesmo apagar tudo e tentar dormir, e prometi a mim mesma não voltar a ligar a televisão. E promessas são promessas, e apesar de eu não gostar delas e a maioria das vezes, não acreditar que elas existem, cumpri a minha. E depois de muito tempo a revirar-me na cama, consegui por fim adormecer. Mas é como se tivesse ficado acordada. Pois os meus sonhos foram invadidos por tudo aquilo que em acordada me fizera ficar a pensar. Sonhei, e sonhei, e sonhei. Toda a noite com o mesmo assunto. Acordei um pouco atordoada, com as ideias ainda confusas, e metade de mim ainda estava acorrentada aos sonhos que me invadiram durante a noite. Tudo isso me fez acreditar que o meu dia seria péssimo, como a maioria dos que tenho passado. E o dia ainda não acabou, mas já esteve mais longe disso, e ainda não consigo acreditar que tive um dia estável! Como já há muito não tinha oportunidade de ter. Tenho sim a noção, que o meu dia foi como foi, porque certos pormenores o influenciaram. Pormenores esses que são aqueles que eu mais tenho temido, sinceramente. Mas vivo, vivo dia após dia. E sei que tenho de levar umas certas chapadas em dias da minha vida, para que acorde. Pois penso que em tempos, me tinha convencido que a partir de um certo dia, a minha vida seria perfeita. E tudo isto, tudo o que se tem passado, apenas me fez ter ainda mais certezas de que não existem vidas perfeitas. Apenas vidas boas e outras más. A rotina da vida de cada um é escolhida por nós. Eu guio o meu rumo, e todos guiam o seu. Deixar correr a vida, como um rio, é a melhor maneira de sobreviver. Mas pelo seu rumo fora, lutar. Lutar até ao último batimento do coração. A luta trás cansaço e muitas vezes sofrimentos e feridas que custam a sarar, mas a felicidade surge através do poder de lutar, e não da tentação da preguiça.
Alcancei o que queria através da minha luta. Do meu esforço e dedicação.Hoje, tenho o amor a correr-me nas veias a uma velocidade alucinante.
A minha felicidade, nas mãos. Nas minhas mãos.