«custou, mas foi»

Sinto-me...literalmente à parte por escrever sempre acerca do mesmo. Sinto-me doentia por tentar arranjar uma forma de começar um novo texto de...outra forma completamente diferente, sinto-me frustrada por querer escrever sobre..algo que não se enquadre sempre no mesmo tema, sinto-me obcecada por escrever assim e sobre...'aquilo'. Sinto-me tão doente...tão, mas tão doente! Não tenho febre, não tenho o nariz entupido, não me dói a barriga...tenho palpites do coração mais acelerados, bombardeamentos de sangue inexplicavelmente a velocidades...exageradas, e...dores no coração, que está sempre sedento do mesmo. Olho para trás e...reparo no mínimo cuidado com que comecei a escrever toda esta história que hoje vivo. Reparo nas linhas largas e cuidadas das estradas que desenhei, na cor do céu que pintei...no pormenor de todas as coisas que nele se incluiram. Reparo e...admiro-me por algum dia ter tantado criar algo que fosse tão perfeito...! De veras, nunca fez parte da minha personalidade complexa acreditar em perfeições. Mas hoje...a página começou a ser lida do avesso. Como se eu tivesse atravessado uma rotina certíssima, num mero pulo! Sempre me mentalizei que tudo com que não concordo hoje, posso vir a defender no futuro. Sempre me mentalizei que hoje posso sonhar em ir à Lua, e um dia sonhar em chegar a Júpiter. Sempre me mentalizei que...hoje sou como sou, e no futuro, possivelmente, poderei vir a ser diferente. Mas esse facto não se deve simplesmente a uma mudança de sensações súbitas, ou idiomas trocados sem explicação. As minhas mudanças não se devem especialmente à idade que hoje se faz sentir em mim, mas sim à forma como certas pessoas me mudaram.
M - Melancólicas;
U - Uniformes;
D - Doentias;
A - Anti-gostos;
N - Negações;
Ç - Contrário;
A - Antipáticas;
S - Sentidas.
Melancólicas porque...simplesmente o são; uniformes porque não têm uma única forma, em si; doentias porque nos deixam bem mais do que doentes; anti-gostos porque não acontecem como queremos; negações porque nem sempre estamos de acordo com as fusões que nos são depositadas no corpo; contrário porque são muitas vezes o contrário de tudo o que queremos; antipáticas porque nunca nos dizem um 'olá' sorridente e genuíno e por fim, sentidas porque as vivemos, como mais ninguém as pode viver.
Não me sinto a mudar neste preciso momento, mas tenho plena noção de que...alguém me mudou. E não significativamente, como se muda de camisa! Foi...algo forte, algo que com toda a certeza me marcou mais do que o coração enriquecido de algo que...nem eu sei! Sinto que me contento com pouco, sinto-me pouco exigente, sinto-me...bastante diferente. Mais do que eu pensei estar, mais do que eu algum dia achei vir a sentir. As mudanças vêm sem serem planeadas, as escolhas aparecem sem avisar, as metas...querem ser cortadas, antes que o tempo acabe e elas se percam pelo infinito que as proporcionou com destino a mim.
Não lamento ter mudado, não choro pelo passado, não grito pelo que vivi, não desespero pelo que não tenho. Aceito a mudança, sorrio por ter ultrapassado o passado, fico feliz por tudo o que tive oportunidade de viver, luto pelo que quero.
Hoje, meras coisas navegam sobre o mar longíquo e fundo que eu criei; hoje, deixei que os meus suspiros anteriores de desespero voem sobre o céu azul, e se deixem absolver pelas nuvens que desvanecem a dor; hoje, deixei de me sentir inútil. Deixei de acreditar que não sirvo para nada, deixei de estar presa a algo que nunca me fez feliz, deixei de me ver a viver a mesma história. Que eu pintei para que fosse feliz, e acabou sendo o meu maior pesadelo. Foi a pior escolha da minha vida, e de veras, as consequências fizeram-se sentir arduamente. Chegando ao ponto de cravar a dor no meu peito, como se ela...fizesse parte de mim, desde que me lembro da minha existência! E sinceramente? Por escassos tempos vividos, a dor consumiu todo o meu corpo que se iludiu em tremendas falsidades proporcionadas às histórias mágicas que eu escrevi naquele tempo que eu tanto desejei como...o melhor de sempre, o melhor da minha vida. Hoje, tudo o que era o ponto alto de tudo na minha vida, acabou sendo o nada. O nada que hoje vai ficando marcado em todas as partes do meu corpo que está sedento por algo diferente. Marquei o ponto final, por fim. E como a minha querida mãe diz «custou, mas foi».
E no fundo de tudo isto, obrigada a ti. Obrigada, pois contigo? Aprendi a deixar de ser ingénua, aprendi a saber dizer/colocar "ponto final", aprendi a ser forte, aprendi...a deixar de querer de mais, aprendi a cair, mas a superar e a lavantar-me, da forma mais triunfante possível.

«custou, mas foi»

Sinto-me...literalmente à parte por escrever sempre acerca do mesmo. Sinto-me doentia por tentar arranjar uma forma de começar um novo texto de...outra forma completamente diferente, sinto-me frustrada por querer escrever sobre..algo que não se enquadre sempre no mesmo tema, sinto-me obcecada por escrever assim e sobre...'aquilo'. Sinto-me tão doente...tão, mas tão doente! Não tenho febre, não tenho o nariz entupido, não me dói a barriga...tenho palpites do coração mais acelerados, bombardeamentos de sangue inexplicavelmente a velocidades...exageradas, e...dores no coração, que está sempre sedento do mesmo. Olho para trás e...reparo no mínimo cuidado com que comecei a escrever toda esta história que hoje vivo. Reparo nas linhas largas e cuidadas das estradas que desenhei, na cor do céu que pintei...no pormenor de todas as coisas que nele se incluiram. Reparo e...admiro-me por algum dia ter tantado criar algo que fosse tão perfeito...! De veras, nunca fez parte da minha personalidade complexa acreditar em perfeições. Mas hoje...a página começou a ser lida do avesso. Como se eu tivesse atravessado uma rotina certíssima, num mero pulo! Sempre me mentalizei que tudo com que não concordo hoje, posso vir a defender no futuro. Sempre me mentalizei que hoje posso sonhar em ir à Lua, e um dia sonhar em chegar a Júpiter. Sempre me mentalizei que...hoje sou como sou, e no futuro, possivelmente, poderei vir a ser diferente. Mas esse facto não se deve simplesmente a uma mudança de sensações súbitas, ou idiomas trocados sem explicação. As minhas mudanças não se devem especialmente à idade que hoje se faz sentir em mim, mas sim à forma como certas pessoas me mudaram.
M - Melancólicas;
U - Uniformes;
D - Doentias;
A - Anti-gostos;
N - Negações;
Ç - Contrário;
A - Antipáticas;
S - Sentidas.
Melancólicas porque...simplesmente o são; uniformes porque não têm uma única forma, em si; doentias porque nos deixam bem mais do que doentes; anti-gostos porque não acontecem como queremos; negações porque nem sempre estamos de acordo com as fusões que nos são depositadas no corpo; contrário porque são muitas vezes o contrário de tudo o que queremos; antipáticas porque nunca nos dizem um 'olá' sorridente e genuíno e por fim, sentidas porque as vivemos, como mais ninguém as pode viver.
Não me sinto a mudar neste preciso momento, mas tenho plena noção de que...alguém me mudou. E não significativamente, como se muda de camisa! Foi...algo forte, algo que com toda a certeza me marcou mais do que o coração enriquecido de algo que...nem eu sei! Sinto que me contento com pouco, sinto-me pouco exigente, sinto-me...bastante diferente. Mais do que eu pensei estar, mais do que eu algum dia achei vir a sentir. As mudanças vêm sem serem planeadas, as escolhas aparecem sem avisar, as metas...querem ser cortadas, antes que o tempo acabe e elas se percam pelo infinito que as proporcionou com destino a mim.
Não lamento ter mudado, não choro pelo passado, não grito pelo que vivi, não desespero pelo que não tenho. Aceito a mudança, sorrio por ter ultrapassado o passado, fico feliz por tudo o que tive oportunidade de viver, luto pelo que quero.
Hoje, meras coisas navegam sobre o mar longíquo e fundo que eu criei; hoje, deixei que os meus suspiros anteriores de desespero voem sobre o céu azul, e se deixem absolver pelas nuvens que desvanecem a dor; hoje, deixei de me sentir inútil. Deixei de acreditar que não sirvo para nada, deixei de estar presa a algo que nunca me fez feliz, deixei de me ver a viver a mesma história. Que eu pintei para que fosse feliz, e acabou sendo o meu maior pesadelo. Foi a pior escolha da minha vida, e de veras, as consequências fizeram-se sentir arduamente. Chegando ao ponto de cravar a dor no meu peito, como se ela...fizesse parte de mim, desde que me lembro da minha existência! E sinceramente? Por escassos tempos vividos, a dor consumiu todo o meu corpo que se iludiu em tremendas falsidades proporcionadas às histórias mágicas que eu escrevi naquele tempo que eu tanto desejei como...o melhor de sempre, o melhor da minha vida. Hoje, tudo o que era o ponto alto de tudo na minha vida, acabou sendo o nada. O nada que hoje vai ficando marcado em todas as partes do meu corpo que está sedento por algo diferente. Marquei o ponto final, por fim. E como a minha querida mãe diz «custou, mas foi».
E no fundo de tudo isto, obrigada a ti. Obrigada, pois contigo? Aprendi a deixar de ser ingénua, aprendi a saber dizer/colocar "ponto final", aprendi a ser forte, aprendi...a deixar de querer de mais, aprendi a cair, mas a superar e a lavantar-me, da forma mais triunfante possível.