«Quem tudo quer, tudo perde.»

Estaria a mentir se dissesse que antes, algures noutro espaço da minha vida, eu sofri tanto quanto agora. Porque não, nunca nada me custou tanto. Sinto-me culpada. Sinto-me culpada, quando verdadeiramente não tenho culpa de rigorosamente nada. Fui apenas uma vítima, não fui? Fui apenas mais uma...não fui? Quantas vezes me interroguei sobre o curto espaço que percorria a minha vida...quantas vezes me questionei sobre a tua ausência precoce que eu tudo fiz para esconder...era preciso incendiar o mundo para te ter de novo outra vez. Era preciso que...eu fosse alguma espécie de livro, onde se apaga tudo aquilo que não interessa, onde tudo é esquecido, onde tudo tem perdão e exactidão. Eu queria...queria saber lidar dessa forma. Queria saber pensar que nada se passou, e que, mais tarde ou mais cedo, eu vou acordar do pesadelo que tu me proporcionaste. Tu, tu, tu...sempre tu. Como se em todas as meras páginas da minha vida, o teu nome estivesse agrafado de tal forma, que nada dali o pode tirar. Quantas vezes me perguntei se era eu que pedia de mais, se era eu que exigia o que nunca existiu...quantas vezes me culpei para te desculpar os erros...quantas vezes tomei a posse de todas as tuas más atitudes para comigo, dos teus actos inconsequentes e não pensados. Quantas vezes eu fiz de tudo para que...voltasses a ser apenas...como te conheci.
Não quero acreditar. Não quero acreditar que o tempo passou e que...tu ficaste desta forma. Não quero acreditar que neste momento, estou a chorar por tudo me ter fugido por entre os dedos, e muito menos, me quero acreditar que todos os dias em que acordo, já nada na minha vida palpita com a ideia de que és meu e de que tudo é por ti, somente por ti. A constituição completa e objectiva que passei para ti e deixei nas tuas mãos, tive de voltar a recuperar. Sinto que quando me levanto, nada dura mais do que dez segundos para que depois, eu já esteja presa ao chão como uma pedra que permaneceu ali desde sempre.
Tenho tanto em que pensar...ou será que a altura de o fazer, já passou? Devo mudar de capítulo e deixar tudo para trás, como se nunca nada tivesse existido e marcado a minha vida até nas coisas mais mínimas e insignificantes? Neste momento, só me pergunto o porquê de seres tu. O porquê de seres tu quem eu ame, quem eu queira, quem eu venere, quem eu deseje, de quem eu precise. Neste momento, só me pergunto porque foste tu a pessoa por quem me apaixonei. Queria tanto acordar amanhã e já nem te sentir nas entranhas do meu coração...queria tanto mentalizar-me da ideia que todos os bombeamentos das minhas artérias, têm obrigatoriamente de deixar de o fazer por ti...mas nada. Por muito que eu tome essa decisão, por muitos cabelos que arranque para que me convença disso, nada me faz esquecer-te. Nada me faz acreditar que não és perfeito, nada me faz crer que já não és meu, nada me faz ter vontade de desistir e perder as esperanças. Nada de nada, de simplesmente nada. Porque contigo sempre existiu o tudo do tudo do tudo. Eu queria assentar os pés na Terra e perceber a forma como estou a ser usada e manipulada...pelo tempo. Que me mantêm presa a ele, como uma raia no fundo do mar. Qualquer pessoa neste momento diria: 'Odeio-te tanto...por tudo o que me fizeste!' e...eu? Eu...tenho vontade de dizer o quanto te amo. Tenho vontade também de perceber tudo. Tudo o que não me disseste por receio, tudo o que ainda tens para me dizer e não dizes, tudo o que queres e o que não queres, tudo o que sentes e o que não sentes. Tudo. Porque sinto que muito ficou por dizer. Talvez nada devesse ter tomado este rumo inconsequente e instável, talvez...nenhum de nós hoje estaria a passar por isto. Talvez tu estarias aí, e eu aqui. Talvez tu fosses simplesmente "tu", e eu simplesmente "eu". Talvez dessa forma, nunca nada nos tivesse ligado e nos tivesse levado a estar assim, desta forma, neste momento. Sabes o que dava para poder rebobinar no filme que criaste? Sabes o que faria para...? Eu só quero poder erguer a cabeça, sentir-me digna e orgulhosa de mim própria. Orgulhosa por ter passado por tudo isto, e ainda continuar aqui.
Sinto-me destruída. Como se tivesse levado com a tua indecisão, a minha vida. Devias ter cuidado bem de mim. Amei-te tanto...e porquê usar verbos conjugados no passado, se para mim, tudo ainda está bem presente? Porque me fizeste isto? Porque me sacrificaste a este ponto? Porque...foste tão inconsequente? Carago, e porque continuo eu a ver a tua imagem como a coisa mais perfeita que conheço? O erro nunca foi meu. Mas desta vez, está claramente a ser. Quero seguir em frente, mas sinto que sem ti...nunca conseguirei.
Dei-te tudo, enquanto pude.
Adeus, amo-te. Até um dia.

«Quem tudo quer, tudo perde.»

Estaria a mentir se dissesse que antes, algures noutro espaço da minha vida, eu sofri tanto quanto agora. Porque não, nunca nada me custou tanto. Sinto-me culpada. Sinto-me culpada, quando verdadeiramente não tenho culpa de rigorosamente nada. Fui apenas uma vítima, não fui? Fui apenas mais uma...não fui? Quantas vezes me interroguei sobre o curto espaço que percorria a minha vida...quantas vezes me questionei sobre a tua ausência precoce que eu tudo fiz para esconder...era preciso incendiar o mundo para te ter de novo outra vez. Era preciso que...eu fosse alguma espécie de livro, onde se apaga tudo aquilo que não interessa, onde tudo é esquecido, onde tudo tem perdão e exactidão. Eu queria...queria saber lidar dessa forma. Queria saber pensar que nada se passou, e que, mais tarde ou mais cedo, eu vou acordar do pesadelo que tu me proporcionaste. Tu, tu, tu...sempre tu. Como se em todas as meras páginas da minha vida, o teu nome estivesse agrafado de tal forma, que nada dali o pode tirar. Quantas vezes me perguntei se era eu que pedia de mais, se era eu que exigia o que nunca existiu...quantas vezes me culpei para te desculpar os erros...quantas vezes tomei a posse de todas as tuas más atitudes para comigo, dos teus actos inconsequentes e não pensados. Quantas vezes eu fiz de tudo para que...voltasses a ser apenas...como te conheci.
Não quero acreditar. Não quero acreditar que o tempo passou e que...tu ficaste desta forma. Não quero acreditar que neste momento, estou a chorar por tudo me ter fugido por entre os dedos, e muito menos, me quero acreditar que todos os dias em que acordo, já nada na minha vida palpita com a ideia de que és meu e de que tudo é por ti, somente por ti. A constituição completa e objectiva que passei para ti e deixei nas tuas mãos, tive de voltar a recuperar. Sinto que quando me levanto, nada dura mais do que dez segundos para que depois, eu já esteja presa ao chão como uma pedra que permaneceu ali desde sempre.
Tenho tanto em que pensar...ou será que a altura de o fazer, já passou? Devo mudar de capítulo e deixar tudo para trás, como se nunca nada tivesse existido e marcado a minha vida até nas coisas mais mínimas e insignificantes? Neste momento, só me pergunto o porquê de seres tu. O porquê de seres tu quem eu ame, quem eu queira, quem eu venere, quem eu deseje, de quem eu precise. Neste momento, só me pergunto porque foste tu a pessoa por quem me apaixonei. Queria tanto acordar amanhã e já nem te sentir nas entranhas do meu coração...queria tanto mentalizar-me da ideia que todos os bombeamentos das minhas artérias, têm obrigatoriamente de deixar de o fazer por ti...mas nada. Por muito que eu tome essa decisão, por muitos cabelos que arranque para que me convença disso, nada me faz esquecer-te. Nada me faz acreditar que não és perfeito, nada me faz crer que já não és meu, nada me faz ter vontade de desistir e perder as esperanças. Nada de nada, de simplesmente nada. Porque contigo sempre existiu o tudo do tudo do tudo. Eu queria assentar os pés na Terra e perceber a forma como estou a ser usada e manipulada...pelo tempo. Que me mantêm presa a ele, como uma raia no fundo do mar. Qualquer pessoa neste momento diria: 'Odeio-te tanto...por tudo o que me fizeste!' e...eu? Eu...tenho vontade de dizer o quanto te amo. Tenho vontade também de perceber tudo. Tudo o que não me disseste por receio, tudo o que ainda tens para me dizer e não dizes, tudo o que queres e o que não queres, tudo o que sentes e o que não sentes. Tudo. Porque sinto que muito ficou por dizer. Talvez nada devesse ter tomado este rumo inconsequente e instável, talvez...nenhum de nós hoje estaria a passar por isto. Talvez tu estarias aí, e eu aqui. Talvez tu fosses simplesmente "tu", e eu simplesmente "eu". Talvez dessa forma, nunca nada nos tivesse ligado e nos tivesse levado a estar assim, desta forma, neste momento. Sabes o que dava para poder rebobinar no filme que criaste? Sabes o que faria para...? Eu só quero poder erguer a cabeça, sentir-me digna e orgulhosa de mim própria. Orgulhosa por ter passado por tudo isto, e ainda continuar aqui.
Sinto-me destruída. Como se tivesse levado com a tua indecisão, a minha vida. Devias ter cuidado bem de mim. Amei-te tanto...e porquê usar verbos conjugados no passado, se para mim, tudo ainda está bem presente? Porque me fizeste isto? Porque me sacrificaste a este ponto? Porque...foste tão inconsequente? Carago, e porque continuo eu a ver a tua imagem como a coisa mais perfeita que conheço? O erro nunca foi meu. Mas desta vez, está claramente a ser. Quero seguir em frente, mas sinto que sem ti...nunca conseguirei.
Dei-te tudo, enquanto pude.
Adeus, amo-te. Até um dia.