
Ele diz amá-la do mesmo jeito.
Era ele quem a abraçava, quem a beijava, quem lhe dizia: 'amo-te', sem vergonhas. Era ele quem a sufocava, quem a apertava, era ele quem...a amava. Era ele quem passou tardes de chuva junto dela, era com ela que ele ia ao cinema, era a ela que ele dizia coisas jamais antes ditas. Era ele quem dizia que um lugar, um certo e determinado lugar, só a ela pertencia, sem que algum dia mais alguma o preenche-se. Era ele quem repetia vezes sem conta um amo-te, um adoro-te, um gosto muito de ti, 'és tudo', 'és a minha vida', 'és linda', 'és perfeita', 'és minha', 'és a mulher da minha vida' (...). O era, sempre o era.
Ambos estiveram perto de um reencontro. Ela, sonha com isso todas as noites, TODAS. Passa os seus dias a imaginar momentos passados com ele, sonha em voltar a repeti-los. A sua vida é resumida num...'ele'. Ele, ele, ele...ela só o vê a ele, a verdade é essa. Tanto o vê a ele, tanto o ama que chega a doer. Tudo excede os limites do tanto, do muito, do demais, do demasiado...do (...) Vai tudo além de um amo-te, um beijo, um abraço, uma palavra...UM SONHO. Ela deseja tantas vezes ser uma pedra, para não ter sentimentos. O mínimo de sentimento, consigo, na sua vida, a cobrir o seu coração. Chora por coisas que ninguém sabe, sofre por coisas que ninguém sabe que existem. Pergunta-se a si mesma porque veio ao mundo, com que objectivo, com que missão, com que dever. Acha que para fazer os outros felizes, não foi com certeza! Nunca obteve respostas. Mas...de certa forma já se sente habituada a tal situação.
Há dias, algo a marcou. Coisas que sempre guardará para ela.
(chega)